segunda-feira, 30 de abril de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
domingo, 22 de abril de 2012
Não sei quem sou que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um caráter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um caráter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."
Nem que eu lute contra mim todos os dias, as coisas vão mudar
Tenho feito o que me decidi a fazer
Tenho ido em frente e não olhado para trás
Para trás ficou longe
E penso agora que aqueles dias foram de puro engano
Ai, como me enganei
Na verdade agora nesse momento isso me dói, uma dor de arrependimento
Foi insanidade, de fato foi, sair sem rumo levando nada de meu.
A mais pura insanidade de um desejo vago de liberdade, que até agora não pude esperimentar
Eu me apoiei apenas na fé cega, que agora julgo insana, infantil, ingênua.
Posso dizer hoje que a culpa foi da fè que me cegou, a fé dos tolos que amam incondicionalmente.
De isa
Tenho feito o que me decidi a fazer
Tenho ido em frente e não olhado para trás
Para trás ficou longe
E penso agora que aqueles dias foram de puro engano
Ai, como me enganei
Na verdade agora nesse momento isso me dói, uma dor de arrependimento
Foi insanidade, de fato foi, sair sem rumo levando nada de meu.
A mais pura insanidade de um desejo vago de liberdade, que até agora não pude esperimentar
Eu me apoiei apenas na fé cega, que agora julgo insana, infantil, ingênua.
Posso dizer hoje que a culpa foi da fè que me cegou, a fé dos tolos que amam incondicionalmente.
De isa
Desorganizaram-se e de repente um não sabia mais onde estava o outro, levaram alguns segundos para localizar-se outra vez, os olhos de cada um lendo no rosto do outro o que ainda não tinham decifrado no próprio olho.
Ele parou em frente à janela e tirou os óculos. Os olhos, ela viu, os olhos tinham mudado. Estavam parados, com uma coisa no fundo que parecia paz. Ou
desencanto.
Eu estava entendendo tanto todas as coisas, e tudo principalmente que é de dentro das pessoas -- assim como uma piedade amorosa, uma piedade cúmplice e também parceira de pequenas dores (ou grandes talvez), procuras, tentativas, quedas, quebras.
Quanto a mim, acho que estou muito bem. Poucas vezes tenho me sentido assim. Pela primeira vez, estou comandando completamente a minha própria vida
Ele parou em frente à janela e tirou os óculos. Os olhos, ela viu, os olhos tinham mudado. Estavam parados, com uma coisa no fundo que parecia paz. Ou
desencanto.
Eu estava entendendo tanto todas as coisas, e tudo principalmente que é de dentro das pessoas -- assim como uma piedade amorosa, uma piedade cúmplice e também parceira de pequenas dores (ou grandes talvez), procuras, tentativas, quedas, quebras.
Quanto a mim, acho que estou muito bem. Poucas vezes tenho me sentido assim. Pela primeira vez, estou comandando completamente a minha própria vida
sexta-feira, 20 de abril de 2012
“Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.”
Caio F. Abreu
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Às vezes o que parece um descaminho na verdade é um caminho inaparente que conduz a outro caminho melhor. As vezes não. O que a gente pode fazer é dar crédito ou não à pessoa. Freqüentemente não vale a pena. Freqüentemente, vale.
CAIO FERNANDO ABREU
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Entenda bem: não me veja tentando reatar uma história de amor já bastante espatifada (ou talvez sim, mas você não me deu chance e a coisa mais saudável que eu podia fazer era entrar noutra). Acontece que, com ou sem cama, gosto profundamente de você
Caio F. Abreu
Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar.
Caio Fernando de Abreu
Remar.
Re-amar.
Amar.
“Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.”
Caio F. Abreu
quinta-feira, 5 de abril de 2012
segunda-feira, 2 de abril de 2012
domingo, 1 de abril de 2012
Da pele na pele...
Da boca na boca...
A mão na nuca, dedos entre os cabelos
Sussuro palavras em sua orelha com um toque úmido de promessa....
E na pele de seu corpo gravo meus desejos numa linha reta do seu pescoço ate sua cintura
Seu cheiro me atiça o instinto de um toque mais intimo e profundo do meu ser com o seu
O gosto do seu corpo fica na minha boca por horas e horas , enquanto me lembro....
Gosto de quando me interrompe no meio de meus devaneios e me prende embaixo de você
Imóvel espero que venha, que chegue e que fique no mais próximo de mim que poderia
No intímo de meu ser.
De isa......
Da boca na boca...
A mão na nuca, dedos entre os cabelos
Sussuro palavras em sua orelha com um toque úmido de promessa....
E na pele de seu corpo gravo meus desejos numa linha reta do seu pescoço ate sua cintura
Seu cheiro me atiça o instinto de um toque mais intimo e profundo do meu ser com o seu
O gosto do seu corpo fica na minha boca por horas e horas , enquanto me lembro....
Gosto de quando me interrompe no meio de meus devaneios e me prende embaixo de você
Imóvel espero que venha, que chegue e que fique no mais próximo de mim que poderia
No intímo de meu ser.
De isa......
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