quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Tem hora de parar — e tem hora de partir, 
tem hora de permanecer quieto e calado num canto, 
e tem hora de cantar e de voar. 
Agora, 
agora não é hora de dobrar as asas, 
nem de calar a voz, 
nem de catar gravetos para fazer o ninho. 
Agora não é hora de sentir remorsos, 
nem de buscar consolo, nem de caiar o túmulo. 

Agora que estou na beirada, 
bêbado de alegria — pronto para o salto, 
não me segure em nome de nada. 
Não queira impedir-me dizendo que é muito cedo, 
ou que é muito tarde, 
ou que está escuro, é perigoso, muito alto, 
muito fundo, muito longe... 

Não! 

Se você não puder incentivar-me para o salto, 
ou até mesmo empurrar-me com amor em direção à Vida, 
não me prenda, não me amarre. 
Não envenene com teu medo a minha dança. 
Seja só uma testemunha silenciosa desta vertigem. 
Porque agora, 
agora é hora de voar. 
Agora é hora de abrir-me a todas as possibilidades. 

E voar um voo livre e sem destino para dentro de mim mesmo!



Edson Marques

Nenhum comentário:

Postar um comentário